Júlio eu te amo!

Há três anos atrás me descobri grávida.
Foi um misto de sentimentos...
Um sonho realizado e ao mesmo tempo, a dúvida se eu seria capaz de amar o suficiente esse serzinho que acabava de chegar em minha vida

Foram nove meses de expectativas e ansiedade.
Li diversos livros na ânsia de aprender teoricamente como proceder nos diversos casos... Ah! Mas que nada, bebês não vem com manual de instrução. Eles são tão distintos entre si.
Enfim o tão esperado dia chegou...
Fui na última, última mesma, (consulta médica), tudo bem com os exames, um dedo de dilatação, e o parecer da obstreta: de agora em diante se prepara que ele pode nascer em qualquer momento, porém se até dia trinta ele não nascer teremos que intervir...
Que intervir que nada, naquela mesma manhã, as dores se intensificaram rapidamente e diminuíram o tempo das contrações...
13h: Dei entrada no hospital, foram momento difíceis, a bolsa rompeu, e o Júlio havia feito fezes, tentaram induzir o parto, mas não tive mais que um dedo de dilatação.
20h: Entrei na sala de cirurgia
20h30: Ouvi pela primeira vez o choro do Júlio. Trouxeram ele pertinho de mim, eu tremia não sei se de frio, reação da anestesia... prefiro dizer de emoção, afinal ali estava o meu bebezinho tão esperado!
Mas logo o levaram para os cuidados e exames a serem realizados, e eu fui encaminhada a sala de recuperação.
Que vontade de que aquele tempo passasse logo, para tê-lo em meus braços...
Mas esse tempo se prolongou...
Vieram me dizer que ele estava no neo-natal, fazendo foto terapia, e não me informaram mais muita coisa...
Só pude vê-lo frágil numa incumbudadora às 14h, fui ainda debilitada no andar de acima do meu quarto, mas a distância e a dor, eram tão insignificante diante da alegria de poder vê-lo, tocá-lo...
Quando pude amamentá-o pela primeira vez, foi tão bom, indescritível... havia me preparado tanto para aquele momento!
Meu filho nasceu com incompatibilidade sanguínea. Sou O-, ele A+, nosso sangue foi compartilhado durante a cirurgia, e houve todo esse problema. Os médicos não souberam explicar porque mesmo sendo o primeiro filho ter ocorrido este problema. Eu não tive nada que acusasse durante o pré-natal, fiz os exames todos, vários deles todos os meses, estava tudo ok, nunca abortei, e se tivesse ocorrido um aborto mesmo sei eu saber, os exames mostrariam meu sangue reagente.
Então tudo que posso dizer é que não há uma explicação para o que ocorreu até hoje. Pois é muito raro dar essa incompatibilidade no primeiro filho. Raro, mas não impossível.
O caso do meu filho complicou, pois não encontravam o sangue para fazer a ex sanguínea, era uma corrida contra o tempo, pois a taxa de bilirrubina dele só aumentava, os procedimentos evasivos não surtiam efeito, as 24h já estavam encerrando (tempo em que ele tinha para fazer o procedimento da ex sanguinea), antes que o quadro evoluísse, e atingisse o sistema nervoso, levando a sequela mais leve de uma perda da audição, retardo da capacidade mental, ou à morte.
Claro que naquele momento eu não sabia de nada, meu esposo teve que aguentar as pontas sozinho, minha aflição maior eram não ter meu filho em meu colo como eu sempre sonhei...
Faltavam apenas 3h30m , para completar as vinte e quatro hora, prazo máximo para chegar a bons resultados, quando finalmente o sangue chegou!!!
Foi preciso realizar este procedimento duas vezes, até que seu organismo, reagiu, e ele foi melhorando.
Foram 10 dia no Hospital,tive alta, e ele ainda teve que permanecer ali. Na verdade os médicos tinham previsto 15 dias de internação, mas ele que lutou com toda a força que tinha, foi honrado por Deus e saiu do hospital antes do previsto!!!Dia 14 ele completou 3 anos.
E afirmo que estes três anos foram e continuam sendo os melhores da minha vida.
Acordar todos os dias e receber esse sorriso lindo, e escutar ele chamar mamãe é muito mais do que eu poderia imaginar, é música, é emoção a todo instante, é muita alegria!!!
Louvo a Deus todos os dias por me dar a alegria de ter meu filho ao meu lado.
Ele nasceu e renasceu!
Te amo Júlio!!!!